Lino Villaventura aproximou a noite do dia no Minas Trend, desfilando a Villaventura, sua marca mais casual, e a exuberância de sua primeira linha. Para a São Paulo Fashion Week, onde se apresenta no dia 29, promete uma coleção redução. "Sabe quando a gente reduz o molho?", brinca. "Acho que uma certa exuberância exagerada no momento atual é um pouco agressivo".

 

Enrugados, nervuras, estampas preciosas, patchworks especiais estão presentes nas duas coleções. Na Villaventura, os objetos de desejo são as camisas em tricoline e as blusas imbatíveis com detalhes de renda. Na Lino Villaventura, o luxo , feito de bordados, pérolas e mix de estampas, tem um toque mais discreto.

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"O luxo pode ser luxo, mas palpável", afirma o estilista. "Hoje em dia
 falar sobre moda deixa você constrangido, porque tudo nesse país está tão complicado. Vivemos um momento em que todos estão tão aflitos. Já passei por várias crises mas nunca por isso. Agora não é só crise econômica. A crise é saber o que vai acontecer, como vai ficar e o que vai ser. É uma incógnita muito grande. Você fica muito assustado com tudo o que acontece. O momento é de reflexão e atitude. Eu vou às ruas pelo impeachment. Já fui várias vezes. Não sei pra que e para onde vai isso mas tem que mudar de alguma maneira. O importante é mudar o poder de mãos. E vai tirando até acertar. Não pode ser um poder para sempre, vitalício", afirma Lino que dia 17 irá às ruas pelo impeachment.

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Para Lino, a palavra-chave da coleção é essência. "Por mais exagero que ela tenha, é um exagero contido", explica o estilista, que fez botas semelhantes a gesso assinado. "Pode ser um analogia com a situação que vivemos. O estilista que não se prende a um tema definido acaba criando algo que reflete o que estamos vivendo".

Fotos: Ze Takahashi e Marcelo Soubhia/Fotosite

O verão 2017 de Lino Villaventura






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