Ser “perfeito” está fora de moda. Nos últimos tempos as bad girls ou garotas más têm tomado conta da mídia. Nas páginas das revistas, na passarela ou no cinema, cuidado, elas estão por perto. O thriller em cartaz de David Fincher, “Garota exemplar”, é um exemplo disso. Na trama Amy (Rosamund Pike), casada com Nick Dunne, é considerada uma mulher ideal. Até que um dia some e tudo relacionado ao casal começa a ser desvendado. Além de mostrar que a perfeição não existe, o filme faz uma crítica ao jornalismo sensacionalista que a qualquer custo se aproveita de histórias como essa.

As aparências enganam e é exatamente isso que “Garota exemplar” nos mostra através da personagem de Amy. O filme, que veio do livro homônimo de Gillian Flynn, tem roteiro da própria autora e é um forte candidato ao Oscar no ano que vem. A história dá reviravoltas mostrando como o circo midiático em torno do casal é feito e centraliza o teatro de aparências como grande problema não só deles, mas também da sociedade hoje.

O figurino é sutil e segundo a figurinista Trish Summerville, que trabalhou em "Jogos Mortais" e "Millenium: Os homens que não amavam as mulheres", conta que ao contrário dos outros filmes, foi mais difícil fazer esse figurino por se tratar de roupas normais. “Todo mundo tem uma ideia de como os looks deveriam ser, especialmente porque a história acontece hoje. Sentimos que deveria ser real e muito autêntico. Queríamos que você identificasse na Amy e no Nick aquelas pessoas que poderiam ser seus vizinhos. Não tem nada que chama atenção neles que possa parecer estranho”, conta.

Passar despercebido foi a intenção da figurinista e do diretor que recorreram a roupas que você encontraria em qualquer loja. “Quis roupas que parecessem com a vida do dia-a-dia, como as das pessoas que compram em lojas de departamento ou online. Nesse sentido foi difícil chegar numa decisão de como o cotidiano deles se pareceria” explica.

As Bad girls reais

Na vida real o estereótipo da bad girl aparece tanto nas celebridades quanto na passarela. Uma das mais conhecidas é Rihanna, que evoluiu o seu estilo de menina doce, do começo de carreira, para a polêmica fashionista atual. E não foram só as roupas que mudaram, sua atitude também sofreu alterações drásticas.

Recentemente a cantora foi banida do Instagram, que coincidentemente chamava @badgalriri, por postar fotos nuas feitas para a revista Lui. E parece que nu não é problema, pois ela recebeu o prêmio de ícone fashion do CFDA (Council of fashion designers of America) com um vestido feito somente por cristais Swarowiski usando por baixo apenas uma calcinha cor da pele.

A Disney é uma fábrica de talentos e impulsionou muitas carreiras ao longo dos anos. Mas parece que algum tipo de maldição ronda a empresa, já que muitas de suas descobertas se perderam ao longo do caminho ou mudaram completamente de imagem. Podemos citar como exemplo: Britney Spears, Miley Cyrus, Amanda Bynes, Lindsay Lohan entre outras.

Como não se lembrar do surto de Britney quebrando o carro de um paparazzi e raspando o cabelo? Ou dos velhos tempos de badalação desenfreada de Lindsay Lohan. Ambas atualmente parecem ter retomado suas carreiras. A cantora voltou ao topo das paradas e continua com seus shows em Las Vegas. Já a atriz gravou um reality para o canal da Oprah mostrando sua vida pós rehab e atuando em uma peça em Londres.

Miley Cyrus foi uma das que mais mudou o estilo. Hoje usando um corte “Joãozinho”, ela nem de longe lembra os velhos tempos de Hanna Montana. A cantora adotou um jeito descolado e irreverente, que foi crucial para o reposicionamento de carreira. E o momento chave foi sua apresentação no VMA de 2013 com Robin Thicke. Ela surpreendeu a todos com a sua dança sensual e provocante e acabou sendo mais falada do que ele, dono do número naquela noite.

Amanda Bynes é um dos grandes exemplos de como Hollywood mexe com os artistas. Uma das grandes promessas do cinema e da TV, chegou a ficar entre as 5 atrizes menores de 21 anos mais bem pagas em 2007. Garota exemplar para a mídia, nunca tinha se metido em polêmicas até 2010, quando começou a dar sinais de descontrole. A partir daí muitos problemas surgiram como dirigir alcoolizada, drogas e até um diagnóstico de transtorno esquizofrênico. Até hoje continua afastada e só reaparece quando é capa de jornais e revistas sobre seu comportamento.

Todas as bitches na passarela

Na moda essa mulher aparece com um apelo sexy. Algumas marcas apostam nessa estética em suas coleções e todas têm um denominador comum: o preto.

Givenchy coloca a garota má como uma dominatrix com amarrações e botas de couro acima do joelho. Ricardo Tisci confirmou em entrevista: "soltei todas as bitches na passarela". Balmain usa alfaiataria e roupas estruturadas para mostrar o poder.

Saint Laurent entra com a vibe dos anos 70 e a brasileira Aüslander elege o lado cool fashionista como perfil.