Com forte presença de palco e uma voz marcante, Alice Caymmi é uma das musas da nova geração da música brasileira. Neta de Dorival Caymmi, a cantora de 24 anos chama atenção pelo jeito extrovertido de ser e de se vestir. Esta semana fez um pocket show para Maria Filó no Rio cantando "Homem", de Caetano Veloso. Nesta sexta e no sábado está no Oi Futuro Ipanema. Nasce uma diva. 

"Não tenho inveja da maternidade nem da lactação... Só tenho inveja da longevidade dos orgasmos múltiplos..." os versos de Caetano Veloso em "Homem" ganham ainda mais força na voz corajosa de Alice. A fita no cabelo do look Maria Filó contrasta com a atitude e o piercing no nariz.

Foi elogiada nas redes sociais por Björk

Antenada, ela acompanha a moda de perto estreitando cada vez mais esse laço. Exemplos disso, foram sua apresentação no desfile da Llas na São Paulo Fashion Week e o pocket show para a Maria Filó no Rio. Foi elogiada por Bjork nas redes sociais ao interpretar "Ravel" em seu primeiro álbum.

É fã da cantora na música e no estilo e foi através dela que passou a conhecer Alexander McQueen. Acabou se apaixonando por suas criações, transformando-as na maior referência para seu visual. Quem quiser conhecer seu versátil repertório é só acessar o site para ouvir as músicas do segundo álbum "Rainha dos raios", onde ela canta de "Jasper" (Caetano Veloso, Arto Lindsay e Peter Sherer) a "Meu mundo caiu", de Maysa. Em "Antes de tudo", composta por Alice, a voz ganha suavidade num tom quase oposto ao que ouvimos em "Homem", revelando uma artista repleta de nuances.

Nirvana, Björk, Dorival e Nana Caymmi, Caetano Veloso, Gilberto Gil, são algumas das diferentes influências musicais de Alice. Em pleno lançamento de seu segundo álbum, seu momento é de agitação. "O primeiro foi de autoconhecimento", afirma. O segundo mostra maturidade e ousadia. Ela cai sem medo no clima brega de "Sou rebelde" (Manuel Alejandro) e canta até o hit funk "Princesa" de Mc Marcinho. Tudo isso com o incrível toque eletrônico do músico Diogo Strausz de quem é amiga de infância. 

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"No meu primeiro trabalho ainda tinha muita coisa da minha adolescência. Ainda estou procurando saber o que é ser adulta, mas acho que é algo parecido com que sou agora. Estou me levando menos a sério e isso está refletido no meu trabalho, que acaba sendo mais fiel a mim. Antes lia Nietszche e não via TV, hoje vejo tudo", diz. 

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Alice já coleciona momentos marcantes na carreira como o show Dorivália, feito em homenagem ao centenário do avô e sua recente apresentação na São Paulo Fashion Week no desfile da Llas. A convite de Paulo Borges, com quem já tem outros planos, a cantora fez uma performance cantando a música "Homem" de Caetano Veloso e "I feel love" de Donna Summer, que, segundo ela, são músicas de atitude e posicionamento que ela gostaria de ouvir quando estivesse com uma roupa linda.

Paulo Borges vai dirigir dois espetáculos de Alice

"Eu falei da minha vontade de trabalhar com moda, com essa parte criativa e o Paulo Borges falou que queria brincar de música. Acabamos firmando uma parceria e ele dirigirá dois espetáculos meus no Teatro Itália, em São Paulo, nos dias 11 e 12 de dezembro," conta a cantora.

 

A relação com moda começou com a admiração desde os 13 anos por Björk e foi através dela que conheceu McQueen e Matthew Barney nas artes. "Comecei a me relacionar com o design e artes plásticas no geral. A partir dali passei a brincar de me vestir, de planejar figurino e de repente vi que isso se tornou uma das partes mais importantes do meu trabalho. Não tenho stylist, olho revistas, faço colagens, desenho e mando fazer as roupas. Quando não funciona fico histérica," conta em tom de brincadeira. 

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Entre outras referências de estilo estão Yves Saint Laurent, John Galliano, Alexander Herchcovitch, Llas (vencedora do Prêmio Hotspot de novos criadores), Vivienne Westwood, além de blogs de street style e catálogos de moda.

'Hoje música por si só não basta e nem a imagem sozinha'

"Comecei a me preocupar muito com a estética. Não a questão de estar bonitinha ou não. E isso acabou virando uma válvula de escape da minha criatividade. Acho que hoje em dia a música por si só não está bastando e nem a imagem sozinha também. Não quero que tudo meu fique apenas com aquela cara de editorial, quero me relacionar com a moda de forma criativa, ativa na real" conta. 

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Sem medo de ousar, Alice é uma Carmem Miranda moderna e mistura estampas, cores, lenços, acessórios com penas, tudo sem medo. Recentemente mudou os cabelos castanhos para um loiro platinado dando boas-vindas à nova fase.

'Moda tem a ver com liberdade'

"A Alice do backstage é a mesma dos palcos. Gosto de brincos grandes e roupas diferentes. Looks comuns não fazem meu estilo. Uso umas coisas meio loucas, maquiagens mais conceituais. Acredito nessa forma livre de expressão. Acho que a moda é justamente não se preocupar com regras, tem a ver com liberdade," afirma.

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