O Salão Bossa Nova e o festival Imersões lançam o inverno 2015 de 27 marcas apontando, ao final de um ano difícil, novos caminhos para a moda carioca. Em tempos de novo Fashion Rio sob a direção de Oskar Metsavaht marcado para março, "o importante é sermos o que somos", afirma Eloysa Simão, da Dupla Assessoria. 

Temperado por palestras sobre gastronomia, de Roland Villard, do Le Pré Catelan, e Ricardo Lapeyre, do Laguiole, com shows de vários cantores, como Bianca Chami e Leo Justi, pista de skate da Redley e instalações em contêiners, o evento evoluiu no Lagoon abençoado pela lua e pela Árvore de Natal da Lagoa.

"O Rio de Janeiro não pode ser São Paulo", continua Eloysa, explicando que por enquanto, no novo Fashion Rio, por enquanto ainda sem um nome definitivo, não houve qualquer discussão sobre o Salão Bossa Nova. "São caminhos muito distintos. Há uma tendência para que o Fashion Rio aconteça numa edição só. Mas o salão de negócios não pode ser apenas uma vez por ano. O compromisso do salão era com o antigo Fashion Rio", diz Eloysa.

Eloysa Simão: 'estamos num momento em que moda não pode parar de falar de negócios'

Antes das eleições, um grupo de empresários da moda entregou à primeira dama Maria Lúcia Cautiero Horta um documento com reivindicações para o setor, entre elas estava a volta do Fashion Business. "Estamos estudando esse assunto", diz Eloysa. "Mas o Fashion Business era um evento caro. A sua contribuição para a moda carioca é irrefutável. Pode perguntar a qualquer marca o que ela era antes e depois do evento. Estamos num momento em que moda não pode parar de falar de negócios mas isso implica em investimento e esse foi um ano complicado", diz Eloysa, que para o Imersões e o Salão Bossa Nova, teve o apoio da Ceg, da Prefeitura do Rio e do Estado e do Lagoon, entre outros.

Instalações refrescam o Salão

Foi uma delícia visitar as instalações das marcas, que capricharam na mise-en-scène dentro dos contêiners. No da Maria Filó, encontrei  Marcela, do coletivo She Rocks, que deixou os visitantes nas nuvens com paredes forradas de acrylan e colagens com imagens da coleção, baseada na crônica "Escolha um sonho", de Cecília Meirelles. Do lado de fora, a marca foi colorida pela arte urbana do coletivo Liberte seus sonhos.

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Um thriller fashion

O misterioso caso do sumiço do colar que pertenceu à primeira imperatriz da Rússia é a história que conduz os visitantes a navegar pela interessante instalação da Virzi + De Luca. Um dos pontos altos é o próprio baile, representado por uma cúpula com imagens dançantes de época que roda ao som da valsa. A concepção foi de Marcella Virzi e Betina de Luca em parceria com o arquiteto Jorge Delmas.

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Quem entra na instalação da Sagrada Família viaja pelas sociedades secretas. Coptos, os cristão egípcios, Templários, Maçons e Illuminati estão representados em escudos feitos pelo cenógrafo e artista Sergio Marimba (na foto de camisa azul), com styling de Felipe Veloso.

"A ideia é buscar as raízes milenares das famílias que começaram a dominar o mundo", conta José Paulo Figueiredo. "Cada peça tem uma história", diz José Paulo, que reciclou caixas antigas para guardar grãos que pertenciam à sua família, que era exportadora de café. 

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A participação da marca foi sugerida por Patricia Viera. "Conseguimos formar uma equipe sagrada", afirma Breno Oliveira (de barba na foto). A marca veste atualmente a família Gracie. "Nós bordamos o quimono dele", conta Breno, que veste também os Racionais, Marcelo D2 e os atores da novela "Sete vidas", a próxima da Globo.

As acrobacias do bailarino Ricardo Paz deixaram todos com a respiração suspensa na apresentação da Armadillo. A coleção de Ricardo Nasseh aposta no surfe de luxo com toques de alfaiataria. Tema: "Desert (love even in a hostile environment)"
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O toque de gala ficou por conta da instalação Carlos Tufvesson por André Piva e dos vestidos de Vera Fisher.

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