"Je suis Charlie, nous sommes Charlie". Eu sou Charlie, nós somos Charlie. Depois do atentado ao Charlie Hebdo que matou 12 pessoas, a expressão "Je suis Charlie" multiplicou-se nas redes sociais e nas manifestações de repúdio que tomaram conta da França e do mundo. Uma imagem para expressar a tristeza imensa que deixou todos sem palavras.

Logo depois que a notícia foi dada, essas três palavras surgiram, levando muitos a acreditarem que se tratava de uma espécie de slogan símbolo de um antigo movimento do jornal depois do incêndio que aconteceu na redação em 2011. Mas não, "Je suis Charlie" nasceu no Twitter nesse fatídico 7 de janeiro criado por Joachim Roncin, diretor artístico e jornalista da área de música da revista "Stylist".
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Ele foi o primeiro a publicar a expressão às 11h52, menos de uma hora depois do assassinato de 12 pessoas, entre elas caricaturistas emblemáticos como Charb, Wolinski, Cabu e Tignous. Foram 12 mortos, 11 feridos, dos quais quatro graves.

Mais uma violência do Estado Islâmico, que assusta a França cada vez mais assombrada pela islamofobia. Uma das capas mais recentes do Charlie Hebdo brincava com o escritor Michel Houllebecq e seu mais novo livro "Submissão", uma ficção que acontece em 2022 numa França governada por um presidente islâmico.

Stéphane Charbonnier, diretor do jornal, andava com proteção policial desde que as páginas do Charlie Hebdo estamparam uma biografia de Maomé e o jornal foi incendiado em 2011. Há dois anos, numa entrevista ao "Le Monde" mostrou que não estava disposto a baixar a guarda. "Pode ser pomposo o que vou dizer mas é melhor morrer de pé do que viver de joelhos".
 
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A escola francesa dos cartunistas influencia os profissionais do mundo inteiro. Georges Wolinski, inspiração para muitos artistas, considerava o humor "o caminho mais curto de um homem para o outro". Seus traços surgiram em jornais como "Libération", "Nouvel Observateur" e "L'Humanité" na cobertura dos manifestos de maio de 1968 na França.

Famoso pelo lado erótico de seus desenhos, criou Paulette, personagem que até hoje povoa o imaginário dos leitores. Quando lhe perguntavam como encarava a morte, gostava de responder: "sempre falo a minha mulher (Maryse Wolinski) para jogar minhas cinzas no vaso sanitário, assim sempre vou poder ver as nádegas dela".


 

 

  

 

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