Quando vi no Instagram Lino Villaventura falar que está doando uma parte do seu acervo a FAAP, Fundação Armando Alvares Penteado, e ao Instituto Zuzu Angel, pensei: tem sido para mim um privilégio ser testemunha dessa força criativa. Das máscaras incríveis, criadas para nos proteger da pandemia, passando pelo figurino do show de Ney Matogrosso, aos vestidos feitos nesses 43 anos de carreira.

 Ele não nasceu em Paris, nem em Nova York ou em Londres mas em Belém do Pará. Seus vestidos são verdadeiras obras-primas em nervuras, bordados, caimento e no uso de novos materiais. Ver de perto um desses modelos é uma experiência transformadora. Conversar com Lino no backstage e acompanhar os detalhes de cada coleção, um prazer. 

linoverao2016spfwNa passarela as mulheres são poderosas. Viram ninfas, camaleoas de olhos hipnotizantes (esse desfile em janeiro de 1999 teve entre os materiais, escamas desidratadas de peixe), deusas e feiticeiras. As cabeças são um capítulo à parte. E em algumas de suas apresentações, o uso de lentes de contato transparentes, que transformou as manequins em seres de outro planeta, produziu na plateia uma sensação inesquecível. 

Lino Villaventura vai desfilar nos Mapas de Estilo das Décadas inspirando, revolucionando e transformando com sua moda autoral. O estilista é um exemplo de como é possível conciliar imaginação e vendas sem cair na mesmice.  

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