Um passeio pelo trabalho dos finalistas do Prêmio LVMH mostra como a cor é importante para os novos talentos da moda. Alicia Robinson, o francês Charles de Vilmorin e o americano Colm Dillane, criador da KidSuper, usam a cor como gatilho de emoção. Os três apontam um futuro otimista em tecnicolor, quase psicodélico.
Grunge, a colorida vibração das raves nos anos 90, anos 60, streetwear são as bases das coleções criadas por eles, mostrando como a cultura de moda é fundamental na hora de criar um produto. Quer aumentar a sua?
Escolhido para ser o diretor criativo da Rochas em fevereiro desse ano, Charles de Vilmorin lançou sua marca em pleno confinamento em abril de 2020 na temporada de alta costura da primavera 2021. Alessandro Michele, da Gucci, viu e convidou o rapaz, de 24 anos, para participar do GucciFest.
Nesse festival, Michele lançou a campanha da Gucci na série "Abertura sobre algo que nunca terminou", com 7 episódios, dirigida por Gus Van Sant. E abriu espaço para filmes de jovens talentos, entre eles Vilmorin. O designer apresentou "Repugnantam", inspirado nos filmes de terror dos anos 1980: um pesadelo em que monstros invadem o seu mundo colorido.
Ele se baseaou na artista Niki de Saint Phalle para desenvolver os modelos, milimétricamente bordados, desenhados e coloridos.
No seu vídeo, Charles aparece com uma espingarda dando tiros de tinta no tecido, lembrando as famosas shooting paintings de Niki de Saint Phalle nos anos 60. A artista pendurava saquinhos de tinta nas telas e convidava os espectadores a atirar neles, que explodiam criando desenhos coloridos sobre o branco.
Alicia Robinson está criando uma nova geração de tricô. Ela veio de marcas como a italiana Missoni. Apaixonada por listras, formada no Chelsea College of Art Textile Design, fundou a AGR em 2019.
As peças falam através da cor e na quarentena sua máscara protetora virou mania. Até hoje procuram a designer por causa dela. Alicia também trabalhou na Yeezy, de Kanye West. Feita de casacos incrivelmente vibrantes, sua nova coleção apresenta roupas inspiradas nos nômades urbanos do Grunge e no tecnicolor das raves dos anos 90 em casacos de patchwork super coloridos.
É bem dífícil acompanhar o ritmo de Colm Dillane. Na foto da sua conta do Instagram aí em cima, ele aparece explicando seu processo criativo: da pintura para o tecido, trabalhando ao lado de uma assistente muito especial, sua mãe. Mas o cara é multitalento. Começou fazendo t-shirts para os colegas da escola e conseguiu criar um império, a KidSuper, um streetwear super gráfico com toque folk e ilustrado por temas do futebol, sua paixão.
Mais do que pelas roupas, o sucesso da KidSuper vem da comunidade que tem ajudado a construir. Seu estúdio físico em Nova York, no Brooklyn, tem sido uma incubadora de criação. Grafiti, folk, arte, música, a KidSuper e seu criador surfam na melhor tradição da cultura de moda streetwear. Quer saber como o estilo street pode ser vital na hora de criar, se inscreva na minha série Mapas de Estilo das Décadas clicando aqui.
