Nos últimos tempos é raro ver um desfile corajoso na passarela. Fernando Cozendey é uma exceção bem-vinda. Ele explica a coleção mostrada essa semana na Casa dos Criadores: "É T, apenas T, de transformação", diz Fernando, fiel ao seu tema tanto no casting de modelos como na música.

Fernando dividiu a coleção e o desfile em três blocos. "O primeiro veio em nude com preto e branco, ilustrado por olhos, olhos de crítica, e com seringa de hormônio injetando a mudança. É o bloco dos Humanos Insatisfeitos.

Fernando Cozendey

Chamei o segundo bloco de Casulos. É feito de pied-de-poule, maxigolas e formas amplas lembrando asas. Para o último escolhi a borboleta Monarca", diz Fernando, que trabalhou com um casting de meninos, trans, drags e meninas.

Fernando Cozendey

"É uma seleção mais humana, sem padrão de beleza", defende o estilista, citando como exemplos o modelo Goan Fragoso, da Way ( o terceiro acima), cuja imagem hiper andrógina deixa indeciso até o observador mais atento e Camila Ribeiro, da Joy.
Fernando Cozendey

Na passarela, Fernando traduziu a explosão da cultura drag, que ganhou força depois da famosa série 
"RuPaul's Drag Race". Várias drags desfilaram, entre elas, as integrantes do elenco da série Drag-se, dirigida por Bia Medeiros e produzida por Jonas Amarante, que estreia em Junho documentando o dia a dia de várias drag queens.



Transformação é o assunto do momento, segundo Fabiano Moreira, produtor da Bootie Rio, uma das mais 
concorridas festas de mashup do mundo, que acontece no Rio há cinco anos. Fabiano foi convidado por Fernando Cozendey para fazer a trilha sonora, que esta semana está sendo lançada em três etapas na internet, cada uma com uma capinha ilustrada por uma das etapas do desfile de Cozendey. Baixe a trilha aqui.

Bootie Rio

"Desde que fiz a trilha do desfile adicionei e fui adicionado por 20, 30 drags", diz Fabiano, que hoje é referência em mashup. Fabiano define o mashup como o novo "eu toco violão". "Com uma placa de som e um laptop você cria um webhit. O pessoal não quer apenas tocar uma música mas transformar. E o mashup faz isso, trabalhando com um programa que mixa o vocal de uma música à base de outra criando resultados incríveis. Não é fácil fazer mashup com música brasileira porque é difícil encontrar o vocal separado da música", conta Fabiano que trabalhou virtualmente na trilha com vários produtores de quatro cidades diferentes: VideoMash, de Vitória, nos Humanos, Richard L, do Rio, na fase Casulos, e MashmyAs$, de Porto Alegre, nas Borboletas.

Fotos: Marcelo Soubhia/ Agência Fotosite

 

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