Em tempos de eleição, vale a pena dar uma olhada no estilo das poderosas em cartaz nas séries de televisão. Além de representarem papéis fundamentais dentro das tramas, seus figurinos são fundamentais para contar a história. É o caso de Claire Underwood, de "House of cards", vivida por Robin Wright, e Olivia Pope, de "Scandal", interpretada por Kerry Washington.

 
House of Cards

Se "House of Cards" fosse um jogo de xadrez, Claire Underwood seria a rainha, a peça mais poderosa do jogo. No papel da 46ª primeira dama dos Estados Unidos e da CEO da empresa "Clean water Iniciative", a personagem esconde muitos mistérios. Peça-chave no avanço da carreira do marido, Francis (Kevin Spacey), Claire parece feita de aço. Esportiva, inteligente, fria, é capaz de sufocar todo e qualquer sentimento, inclusive o desejo de ser mãe, para garantir o poder de Francis Underwood. 

 

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Seu figurino tem um lado monocromático, puxado para o cinza, traduzindo a frieza das relações políticas de Washington DC. O figurinista responsável, Tom Broecker, que também assina "Saturday night live", chegou a essa conclusão de tom junto com o diretor David Fincher.

Cinza para transmitir a frieza da política

"Queríamos dividir a série em dois mundos. No 
Capitólio as pessoas tendem a ser mais neutras. Existe muito navy e cinza, e os homens gostam de usar branco ou camisas azuis. O outro mundo é o do jornal, muito mais acadêmico. O clima da redação é mais caloroso por isso usei
 tons de verde acinzentado ou marrom quente. Só apelamos para o vermelho uma única vez junto com tons neutros evidenciando os rostos. Nessa cena queríamos ter um ar de pintura de Caravaggio", contou. 

 

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Peças estruturadas fazem parte do guarda-roupa de Claire, cuja forma invejável é sempre contornada por formas secas e justas. "Precisávamos diferenciá-la de todos os personagens da série. Ela passeia de um mundo ao outro porque gerencia sua própria companhia. Em um outro nível queremos que ela seja a versão feminina de Francis (marido e presidente) tendo até mais poder que ele. Na hora de escolher a peça pensamos em designers que constróem essa silhueta e que poderiam dar essa sensação de uma roupa armadura", explica o figurinista. 

 

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Entre os eleitos estão as saias da Prada e de L'Wren Scott, camisas com cara masculina da Theory, vestidos da Gucci, Armani, Ralph Lauren e Narciso Rodriguez e capas da Burberry.

 

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Scandal

 

 Em "Scandal", Olivia Pop é uma gerenciadora de crise, dona da firma Olivia Pope & Associates. Dedicada a resolver problemas, sua agência protege e guarda imagens públicas e reputações, além de solucionar crimes a favor de seus clientes. Um deles é o presidente dos Estados Unidos, com quem mantém uma relação íntima e secreta que a qualquer momento pode vir à tona.

 

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O branco, cor chave da moda no momento, é a cor escolhida para quase todos os looks de Olivia. "No primeiro episódio a vestimos em branco porque a roteirista Shonda Rhimes se referiu ao time da agência como sendo gladiadores em ternos. E para destacá-la no meio dos homens com roupas escuras a cor foi ideal", contou a figurinista, ganhadora do Emmy Lyn Paolo. Para os flashbacks da época em que se apaixonou pelo presidente, foram usados tons de caramelo, que transmitem um certo calor e mais sentimento.

 

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A preocupação em deixá-la feminina em um mundo masculino foi essencial. A partir daí saíram as silhuetas. "Eu queria muito criar um uniforme para Olivia. Algo bonito e que funcionasse para o seu ambiente", conta Emmy. As peças que a personagem usa vêm de várias marcas. Para looks bem femininos, a figurinista usa Max Mara e Christian Dior e para os dias de mulher de negócios um estruturado terninho Armani. 

 

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O caso da bolsa Prada

Nos bastidores, um caso engraçado com uma bolsa Prada marcou o figurino da personagem. O modelo se tornou icônico entre as fashionistas, que a batizaram de "Bolsa Olivia Pope". Só que na realidade a bolsa não era para estar no figurino. "A razão para Olivia carregar uma bolsa Prada foi na verdade um erro. Na primeira prova de roupa para o piloto, eu estava com a minha bolsa Prada na sala que continha mais 30 modelos. Kerry olhou e apontou para uma delas falando que tinha que ser aquela, mas a bolsa em questão era a minha. Acabou usando ela mesma nas gravações", conta a figurinista.

 

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