A calça flare cropped, o detalhe do nó nas saias e nos vestidos, a assimetria, a volta do marrom e do bordô... As mudanças apontam para uma mulher mais à vontade sem perder o prumo. A camisa branca, por exemplo, coringa para todas as horas, perde a formalidade no jogo de cintura da amarração. O esporte entra em campo para agilizar a silhueta e o jeans retorna picotado, remontado em patchwork e com vários tratamentos. Detalhe, a maioria das editoras de moda estava de saia evasê.
Ela deu o ar da graça nas saias, quebrando a formalidade do estilo lápis.
O mullet, mais altura da saia mais curta na frente e comprida atrás, surgiu em Tufi Duek, reforçado por botas com mil amarrações.
O azul marca presença forte. Vitorino Campos transformou até a água azul das piscinas em estampas.
No inverno de Gloria Coelho, os tons escuros predominaram dando passagem para poucas cores, entre elas o bordô.
Foi o inverno com maior variedade de modelos de botas que eu já vi. Vazadas, bicolores, abertas na frente, baixas e altas, misturando materiais. Difícil escolher entre tantas opções.
Camel, caramelo, marrom. Uma boa opção para quem quer descansar do preto. O tom é friendly com estampas, como a blusa estilo Pucci em prints super coloridas de Lily Sarti.
A saia nó e a faixa na cintura dominaram muitos looks, como esse da Lolitta, que ganhou vida no contraste do vestido com a cintura mais vestida.
O couro foi absoluto. Quem mais trabalhou o material foi Gloria Coelho, que chegou a fazer patchwork de couro com vinil.
Até a renda, transformada em jacquard, ficou rústica. Isso aconteceu em Fernanda Yamamoto. Na Osklen o estilo abriu a apresentação em vestidos de gola alta e casacos com capuz para globetrotters sintonizados. Em Lino Villaventura, o rústico chegou às raias do selvagem nos trigres estilzados da estampa.
A expressão "vestido dilacerado" foi dita por Fernanda Yamamoto, que fez desabrochar mil flores no seu modelo vermelho. Gloria usou o termo "vestido despencado", ousando no vinil branco. O da Animale foi batizado por Vitorino Campos de vestido rota por causa do zíper abrindo um caminho sensual.
O xadrez é um clássico rebelde. Está sempre em alta e disposto a refrescar uma coleção.
Elas surgiram na Oh, Boy! e na Têca. Estampadas ou bordadas, ajudam a quebrar os tons escuros da estação.
A flare é a cara do inverno 2015. A meio caminho da saia, ela deixa tudo mais solto, mais confortável. Desde que tenha um bom corte de alfaiataria.
