Conhecida por ser vegetariana, pela defesa do estilo sustentável de viver e trabalhar e por não usar, de jeito nenhum, pele de animal em suas coleções, Stella McCartney lançou sua segunda coleção de 50 peças para a C&A. Na Casa Jereissati, um belo espaço cercado de verde em plena cidade de São Paulo, atrás do Shopping Iguatemi, ela respondeu às perguntas da jornalista Maria Prata e dos jornalistas presentes. Admitiu que para quem defende a sustentabilidade como estilo de vida dá um pouco de medo entrar no terreno do fast fashion. Mas admitiu: "vamos ser realistas, o fast fashion é o máximo!"

"O fast fashion é um terreno perigoso mas tem que ser administrado", continuou Stella, que impressionou pelo estilo cool e espontâneo. "É uma indústria enorme e tem que ser respeitada. Sempre trabalhei de uma forma sustentável e acho que é possível também no fast fashion desacelerar por um momento para que a consumidora possa aproveitar. Minha coleção para C&A é fast fashion mas feita com os elementos preciosos das maisons de luxo".

Um dos segredos do sucesso da estilista está em descontrair e deixar a cliente bem vestida mas à vontade em suas peças chaves, inspiradas no guarda-roupa masculino. A calça comprida é um dos seus sucessos. "Viajei muito quando jovem e me acostumei a pensar globalmente. Não separo a mulher inglesa da brasileira, que acho cool e sexy", falou.

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Stella afirmou que se sente emocionalmente ligada ao que cria. "Sou uma mulher criando e desenhando roupas para mulheres, e o que faço é um reflexo do que sinto. Fico feliz ao olhar a minha calça e ver que é uma calça bem cortada." A frase mereceu aplausos de Costanza Pascolato, que atraiu o olhar de Stella, que por sua vez retribuiu, olhando para Costanza: "eu gosto dela!"

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A roupa de Stella tem sempre uma construção de alfaiataria. "É masculina com um pouco de construção, não é abertamente nem obviamente sexy", definiu Stella, que deu de presente aos convidados um pingente em forma de tigre.

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A C&A é holandesa e tem atualmente 272 lojas no Brasil. Segundo o vice-presidente Paulo Correa, o investimento em coleções assinadas como a de Stella é maior do que nas linhas mais básicas mas o retorno corresponde à expectativa. E pela corrida às lojas na ocasião do lançamento, esse filão ainda está longe de se esgotar. "O processo de escolha das marcas é o resultado de um diálogo constante com as clientes. E na troca com o estilista convidado, nosso time aprende muito não só no pensamento de design mas na coordenação de coleção. Investimos muito para conhecer as mulheres de todas as regiões do Brasil. E essas consumidoras estão cada vez mais conscientes do que acontece no mundo e quer ter acesso a essas marcas de luxo", declarou o vice-presidente.

Parceria de 13 anos com a Kering, gigante da indústria de luxo

O tigre no pingente é um símbolo significativo dessa estilista, que tem há 13 anos uma parceria com a Kering, um peso pesado na indústria de luxo. Stella conserva 50% de seu negócio, que tem um lucro anual em torno de 3,4 milhões de libras. Como filha de Paul McCartney, recebeu críticas no início de uma carreira, que começou cedo. Aos 15 anos ela estagiou no atelier do estilista Christian Lacroix. Estudou na Central Saint Martins, trabalhou na Joseph, com Betty Jackson e assim que se formou foi contratada pela Chloe, onde passou a ser notada. Em 2001 estreou a própria marca e de lá para cá tem criado uma elegância que equilibra a agilidade do esporte com a sofisticação do red carpet.

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