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Ser diferente dói. Foi o que me disse o professor Colin McDowell, quando perguntei uma vez se na moda as pessoas não queriam ser diferentes.
Então o que você precisa fazer para criar e vender?
O tema da cópia é polêmico na moda. E tem gente que fica furiosa quando se vê copiada. A verdade é que ninguém cria do nada. Atire a primeira pedra quem nunca usou uma ou várias referências para criar algo. Alexander McQueen tirou seus famosos casacos da era vitoriana. Quanto mais você mergulhar na cultura de moda mais ricas serão suas referências. Quer um exemplo?
Muitas vezes um talento nato não basta. E se você está em dúvida sobre a qualidade ou a eficiência do que está criando, falta alguma coisa aí.
Alexander McQueen tinha tanta habilidade na alfaiataria que depois de aprender com os alfaiates de Savile Row, em Londres, conseguiu muito jovem trabalhar com o estilista italiano Romeo Gigli, o craque da época. Poderia ter ficado ali mas não. Sabe o que ele fez?
Sem uma boa vitrine não há produto que venda. E por mais criativo ou criativa que você seja, ter boas referências ajuda.
Nos anos 1990 você encontra ótimos exemplos de profissionais de moda que arrasaram na maneira de mostrar o que estavam vendendo, entre eles os ingleses Alexander McQueen e John Galliano.
Agora, apertem os cintos Chanel e preparem-se para entrar nos 90, a década do desfile-espetáculo.
Numa semana de moda de São Paulo, ainda realizada no Morumbi Shopping, uma figura misteriosa, rosto sempre protegido por um imenso chapéu, marcava presença todos os dias na primeira fila. Era Isabella Blow, editora de moda inglesa, famosa por descobrir novos talentos, entre eles, Alexander McQueen, o chapeleiro Philip Treacy e Jeremy Scott. Marquei uma entrevista com ela e a partir desse encontro muita coisa aconteceu.
Alexander McQueen fez suas primeiras coleções com o que recebia do seguro desemprego e com a ajuda de amigos. Enquanto seus desfiles faziam tanto sucesso quanto os shows de roqueiros famosos, ele não tinha dinheiro para alugar o próprio apartamento. Estava louco para sair da casa da mãe e conseguiu. Foi morar na casa da sogra da editora de moda Isabella Blow, um prédio quase condenado e caindo aos pedaços. Nessa época ideias não faltavam e geralmente eram realizadas com poucos recursos e materiais inusitados mas baratos.
Como identificar que algo muito novo está acontecendo na moda? Não é toda hora que vemos o inédito, o fora do comum em matéria de criação. Quem me disse isso foi o historiador inglês de moda e professor Colin McDowell, que andou por aqui em várias São Paulo Fashion Weeks e em algumas edições do Fashion Rio. Mas certamente, nos anos 1990 e 2000 houve uma boa concentração de fatos extraordinários, entre eles, Alexander McQueen.
Em uma tarde ensolarada do Joá, véspera de feriado, praia cheia no Rio de Janeiro entrevistei Alexander McQueen, um dos maiores estilistas da moda. Fui apresentada a ele por Isabella Blow, editora de moda famosa por ter descoberto Alexander. Os dois estavam hospedados numa casa. Na ocasião McQueen era diretor criativo da Givenchy e disputava com John Galliano, da Dior, o posto de número 1 do mundo da moda. Mas naquele dia não foi a moda que trouxe Alexander para o Rio mas a farra. Ele adorava vida noturna e aterrissou aqui para conhecer de perto a noite gay carioca.
Você sabia que o equivalente a 16 caminhões de lixo é o total de resíduos têxteis destinados ao aterro sanitário todos os dias na região do Brás, em São Paulo? Essa é uma das descobertas do recém lançado relatório Fios da Moda, o primeiro sobre o impacto da indústria de moda no país. A pesquisa analisa o efeito no meio ambiente das três fibras mais utilizadas pela moda brasileira: algodão, poliéster e viscose.
Quando vi no Instagram Lino Villaventura falar que está doando uma parte do seu acervo a FAAP, Fundação Armando Alvares Penteado, e ao Instituto Zuzu Angel, pensei: tem sido para mim um privilégio ser testemunha dessa força criativa. Das máscaras incríveis, criadas para nos proteger da pandemia, passando pelo figurino do show de Ney Matogrosso, aos vestidos feitos nesses 43 anos de carreira.
O que você faria se ganhasse de presente um colar de pérolas que pertenceu à família real russa Romanov? Vem viajar comigo pelos anos 1920 nos Mapas de Estilo das Décadas e descobrir como a moda subverte objetos, valores e comportamentos para conquistar. Anos loucos, cabeças geniais, a década de 20, uma das preferidas de grandes criadores, é uma verdadeira mina de subversões e de inspirações.
Aprender a fazer a radiografia de um estilista conhecendo suas características é básico para um profissional de moda. Nos Mapas de Estilo das Décadas estão os principais nomes que fazem a cultura de moda andar pra frente. Christopher John Rogers, autor do look da vice-presidente Kamala Harris na posse, por exemplo tem duas especialidades: o glamour e a cor.
E o Long John hein? Veio das profundezas do underwear masculino do século XIX para a passarela. Apareceu dançante, liso e em jacquard, no desfile masculino do inverno 2021 da Prada. Movimento, auto-expressão, conforto. Quer acompanhar o raciocínio criativo de marcas importantes? Inscreva-se para a minha série exclusiva Mapas de Estilo das Décadas.
Criação e premonição andam juntas na moda. E se você como eu ficou impressionada/o com o broche em forma de pássaro usado por Lady Gaga na posse de Joe Biden, ainda não viu nada. Precisa conhecer o surrealismo de Elsa Schiaparelli, recriado hoje por Daniel Roseberry, autor do broche de Gaga. Schiaparelli e Roseberry estão nos Mapas de Estilo das Décadas. Nada como uma inspiração surreal em tempos incertos.
O que Kamala Harris e Miuccia Prada têm em comum? Para começar, a vice-presidente dos Estados Unidos e a criadora de uma das marcas de moda mais influentes usaram o roxo. Kamala, no dia da posse. E Miuccia, no desfile masculino do outono/inverno 2021 da grife. Uma das cores escolhidas pela militância sufragista além do branco e do verde, o roxo simbolizava, na luta pelo direito do voto, lealdade e dignidade. Sufragistas, Kamala, Miuccia e muitas outras mulheres poderosas estão nos Mapas de Estilo das Décadas, mostrando como aparência e poder se conectam em vários momentos da cultura de moda. Inscreva-se aqui e inspire-se.
Existem criadores que fazem de suas coleções verdadeiras crônicas do que estamos vivendo. Rei Kawakubo, da Comme des Garçons, é uma dessas pessoas. Desfilou seu verão 2021 para uma plateia minimalista (em termos de publico), de máscara, jogando sobre as modelos uma luz vermelha, símbolo do momento infernal vivido pelo mundo.
Se existe algo que está mudando é a forma de mostrar uma coleção. Nesse momento de reset, o circo da moda, com pit de fotógrafos, uma multidão de convidados e uma primeira fila estrelada, foi desmontado. Novas maneiras de apresentar desafiam as marcas. Uma delas, bem original, foi o verão 2021 mostrado por Jeremy Scott na Moschino.
Moda é movida a muito traballho e inspiração. O tempo todo, estilistas, empresários, stylists e novos talentos correm atrás de ideias para alimentar seu trabalho. E falando em roupa sustentável, não adianta a coleção ser feita sem ameaçar o planeta se o resultado não é uma peça atraente e desejável.
Nada anda sem boas ideias. Muito menos a moda, uma indústria baseada essencialmente na criatividade. A inglesa Grace Coddington, que foi durante muitos anos diretora criativa da Vogue, tem uma cabeça tão rica em ideias quanto sua abundante cabeleira ruiva. Grace é um dos meus personagens favoritos nos Mapas de estilo das Décadas, pois graças ao seu talento fez editoriais que são verdadeiras obras vivas de arte.
Você sabe quem é o Dries Van Noten? Pouco conhecido no Brasil, mas muito importante para a cultura de moda a partir dos anos 90, esse estilista belga está na minha nova série Mapas de Estilo das Décadas. Você vai conhecê-lo.
Em maio de 2020, o designer Van Noten junto com representantes de grandes magazines como Bergdorf Goodman e Selfridges, e de marcas como Tory Burch, escreveu uma carta em que via o momento atual como uma oportunidade para uma mudança fundamental na indústria, capaz de simplificar os processos e aumentar as vendas.
Você sabia que 40% das roupas oferecidas no mercado acabam sendo vendidas sempre com algum desconto e muitas nem chegam a ser vendidas? Uma boa razão para cortar pela metade o excesso de produção que tem feito da moda um dos maiores vilões do planeta. Os dados são da última pesquisa da McKinsey mostrando que cada vez mais a sustentabilidade é peça chave na cultura de moda. No livro Fashionopolis, Dana Thomas escreve que 73% das roupas do mundo inteiro acaba em aterros. De acordo com Dana, nos últimos 20 anos, os americanos dobraram a quantidade de peças que jogam fora: de sete para 14 milhões de toneladas.
Nunca a moda se inspirou tanto em técnicas usadas no passado, principalmente em matéria de tecidos. A quarentena despertou em profissionais e estudantes de moda uma vontade de criar de forma independente e sustentável, descobrindo novos materiais e tingindo com ervas e flores. Isso tudo me remete a uma das minhas paixões, a arte têxtil.
Nesses tempos de coronavírus, entre lockdowns e muita espera pela vacina, as campanhas do verão 2021 escaparam em longos vestidos confortáveis para longe da cidade. Muitas marcas têm aproveitado esse reencontro com a terra para reafirmar suas raízes, reduzir a produção e caprichar no trabalho de atelier. Colorido, estampado por florais românticos, o verão 2021 vem impulsionado também por uma estética cada vez mais popular no Tik Tok e no Instagram, o cottagecore.
Uma vez uma super vendedora de uma multimarca me disse que o que mais gosta na profissão, além de duplicar sua meta, é vender um produto que tenha uma boa história. Ela me contou que começou a se apaixonar por vendas na área de moda quando entendeu que por trás de cada coleção há um enredo.
Pensando em 2021 e na montanha russa da pandemia, muitos empresários e profissionais de moda vêm trabalhando há algum tempo no modo "menos é mais". Coleções menores e mais qualidade substituem grandes quantidades de produtos e muito desconto. Mas na hora de engajar o cliente, a regra é mais é mais...
A perfeição não existe, por isso o segredo de um bom styling é não ter medo de introduzir algo errado e estranho no visual. O melhor exemplo disso é Alessandro Michele, especialista em combinar o "incombinável". Fácil falar mas difícil de executar, principalmente se falta conhecimento da moda ao longo das décadas.
Você sabia que os vestidos deslumbrantes usados pelas musas do pintor Gustav Klimt existiram e foram confeccionados? Sabem por quem? No início do século 20, ele pintou mulheres douradas cobertas por prints coloridas. Essa é uma das inspirações mais interessantes que conheço e que está na minha série Mapas de Estilo das Décadas. A arte alimenta a cultura de moda, seja ela pintura, música ou cinema. Quer ver outro exemplo? Alessandro Michele, da Gucci (sempre a Gucci!) e o cineasta Gus Van Sant, encontraram no cinema uma forma de animar o verão 2021 da marca.
Cultura de moda desperta desejo. E sem desejo, não adianta criar a coleção mais chique e mais bonita que a roupa acaba encalhando no estoque. Como empresário, Renato Kherlakian, dono da Zoomp, sabia muito bem disso quando contratou o styling de Carine Roitfeld durante quatro temporadas em final dos anos 90 e início de 2000, e Gisele Bundchen como estrela da campanha.
Cultura de moda é muito mais do que história da moda, aquele conteúdo acadêmico ensinado nas faculdades. É algo vivo, que flui no dia a dia tão rápido que às vezes passa despercebido. É importante aprender com a experiência, como aconteceu várias vezes comigo. Num dia quente de Janeiro do ano 2000...
Analista financeira do Deutsche Bank, a inventora do nap dress nunca imaginou em toda as suas previsões que faturaria 1 milhão de dólares, vendendo mais de 10 mil vestidos, em apenas meia hora. Sorte? Não. Descubra aqui como uma inspiração na arte pré-rafaelita transformou a vida dela.
Minha nova série faz uma radiografia das últimas 10 décadas de criação, empreendedorismo e comercialização de moda.
Chamei essa série de Mapas de Estilo das Décadas. Será um mergulho inspirador em todas as referências que marcaram e até hoje marcam todo o mundo da moda.
Durante 10 meses, você vai conseguir adquirir boa parte do que eu levei 30 anos para aprender.
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Ao ler esse post talvez você esteja usando o nap dress, vestido soltinho, confortável, fácil de vestir, bom para dormir e para sair. Um best seller nesses tempos de quarentena. A criadora do modelo é Nell Diamond, que desde 2016 faz roupas para dormir na Hill House Home. Nap, traduzindo, é cochilo. Mas o que talvez muitas não saibam é que a inspiração do look vem de uma musa pré-rafaelita do século 19.
A estreia da quarta temporada de The Crown na Netflix traz um personagem que rompeu radicalmente com o protocolo de estilo da coroa inglesa: a princesa Diana. A série, com figurinos da vencedora do Emmy Amy Roberts, começa em 1979 com a eleição de Margaret Thatcher, primeira mulher eleita para o cargo de primeiro ministro, e termina em 1990 em meio ao tumultuado casamento da princesa Diana com o príncipe Charles.
Corrente de novo na moda!!!!! E dourada...! Tem gente que perde a paciência com o vai e vem das tendências.
O vestidinho preto, a logomania, aquela profusão de logos pipocando em forma de print, a calça flare e por aí vai. Os looks vão e vêm sem pedir sua permissão nem se importar com seu gosto.